Mercados amanhecem de mau humor e em tom pessimista. Veja o que esperar para a abertura do mercado nesta segunda-feira com escalada de tensões políticas e se preparar para uma semana movimentada na economia.
Giro de notícias
🌍 Mercados globais recuam em meio a tensões comerciais EUA x China
Os mercados internacionais operam em queda nesta segunda-feira, refletindo o agravamento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China. Às 8h00 (horário de Brasília), os principais índices futuros americanos operavam em baixa, com o S&P 500 perdendo 0,36%, o Dow Jones recuando 0,23% e o Nasdaq em queda de 0,53%. O índice europeu STOXX 600 caía 0,30% no mesmo horário, já com o mercado aberto.
O foco do dia está nas declarações cruzadas entre Washington e Pequim. Após os EUA acusarem a China de descumprir acordos comerciais. Do outro lado, o governo chinês respondeu responsabilizando os americanos, acirrando o clima entre as duas maiores economias do mundo.
⚠️ EUA x China: Escalada de tensões políticas e retaliação
A tensão ganhou força após o presidente Donald Trump anunciar o dobro nas tarifas de importação sobre aço e alumínio, passando de 25% para 50% a partir de quarta-feira, conforme publicado pela BBC. Segundo a CNN, o secretário do Tesouro dos EUA afirmou acreditar que os presidentes Donald Trump e Xi Jinping deverão conversar em breve para tratar das disputas comerciais, especialmente sobre minerais críticos.
Em meio à “confusão”, o Tribunal de Comércio Internacional dos EUA suspendeu a cobrança de tarifas impostas pelo executivo. Contudo, o governo apelou da decisão junto a um tribunal federal e restabeleceu as medida no dia seguinte. A manobra aumenta a percepção de maior insegurança jurídica para importadores e exportadores.
Não obstante, as declarações do secretário de defesa americano, Pete Hegseth, durante sua participação no Diálogo de Shangri-La, fórum internacional de segurança realizado em Cingapura no último sábado, 31. Hegseth convocou aliados em tom alarmante a se preparem para um ataque da China a Taiwan até 2027, alertando para que todos aumentem seu investimento em defesa. O recado foi de que os Estados Unidos “não permitirão que seus aliados sejam subordinados e intimidados”. O ministro de Defesa chinês, Dong Jun, por sua vez, não compareceu ao evento. Em resposta aos ataques, a China declarou “não brinquem com fogo”.
🇧🇷 Cenário Doméstico: Energia, IOF e Correios no radar
A agenda nacional é marcada por movimentações políticas e econômicas de grande impacto aos cofres públicos. O governo aposta na tarifa social de energia como bandeira popular, com uma campanha publicitária planejada para junho. No entanto, especialistas alertam para riscos regulatórios da nova MP do setor elétrico, que pode gerar custos adicionais de R$ 6 bilhões por ano aos consumidores.
No campo fiscal, o presidente Lula sinalizou a necessidade de diálogo com o Congresso, após o desgaste causado pelo aumento do IOF — defendendo a construção de decisões políticas de forma compartilhada.
Na esfera corporativa, os Correios registraram prejuízo de R$ 1,7 bilhão no 1º trimestre, o pior resultado desde 2017. A estatal enfrenta queda de receita, atraso em pagamentos e perda de competitividade frente ao setor privado.
🏛️ Governo Lula pressionado por desempenho das contas e perda de capital político
O governo permanece com sabatinas travadas no Senado, com 16 indicações pendentes, incluindo para cargos na ANTT e na Aneel. A expectativa é de que o presidente Lula reenvie nomes estratégicos, com ajustes de mandato para destravar as sabatinas.
Enquanto isso, o PSD de Gilberto Kassab (e outros partidos) já se movimenta com articulações em estados estratégicos para ampliar sua base ao atrair prefeitos e governadores, melhorando o posicionando da sigla para as eleições de 2026.
💰 Mercado de Capitais: “Block Trades”ganham força na B3
No ambiente de baixa liquidez da Bolsa brasileira, as vendas de ações em blocos, conhecidas como block trades atingem R$ 15 bilhões em 2025. O volume transacionado nessa modalidade se aproxima do recorde histórico de 2020, que foi de R$ 17,7 bilhões. A operação tem sido a principal alternativa para investidores de grande porte realizarem lucros em empresas listadas, aproveitando-se da valorização das últimas semanas. A manobra pode indicar, ainda, que a cautela com exposição ao risco prevalecerá entre institucionais até as eleições de 2026.
🌏 Fechamento das Bolsas Asiáticas
As bolsas asiáticas encerraram a sessão desta segunda-feira majoritariamente em baixa, impactadas pelas crescentes tensões comerciais entre Estados Unidos e China. A reação vem após o anúncio de aumento de tarifas sobre aço e alumínio por parte do governo norte-americano. Os dados de produção mais fracos na China já haviam “derrubado” o minério de ferro na última semana, que agora oscila próximo aos US$ 96,00/t. Na mesma toada, o vergalhão negocia na mínima desde abril de 2020, cotado a 2.950 iuanes, de acordo com dados da LSEG, apurados pelo portal Notícias Agrícolas.
Fechamento das bolsas:
• Nikkei 225 (Japão): queda de 1,30%, a 37.470,67 pontos
• Hang Seng (Hong Kong): queda de 0,57%, a 23.157,97 pontos
• Kospi (Coreia do Sul): alta de 0,05%, a 2.698,97 pontos
• Taiex (Taiwan): queda de 1,61%, a 21.002,71 pontos
• S&P/ASX 200 (Austrália): queda de 0,24%, a 8.414,10 pontos
• Xangai (China): Mercado fechado devido a feriado nacional
Para conferir todos os destaques do mês de maio, acesse nossa matéria de Fechamento de Mercado da última sexta-feira.
